segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Não por acaso inconstância tem cês em dobro.

Quando tento me equilibrar, formando o que chamam de personalidade, caio repetidamente. Produzo machucados e sigo ziguezagueando entre os baixos, médios e altos. (humores!) E falo tanto, e falo sempre, e desejo calar tantas vezes. Eis a minha especialidade: Completar com palavras os espaços das dúvidas que os sentimentos me trazem. Sou quase comum, não fosse por ser tão efusiva: Abuso dos nuncas, dos porquês e dos para sempres. E me permito. Ainda que o que ontem fora nunca hoje possa ser sempre, que o para sempre torne-se efêmero e que o porquê não passe de uma pergunta ressonando distante. Eu sou de lua porque gosto dela, embora acredite que ela muda muito pouco comparada a mim...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ler Ovelhas Negras, gostar de Caio Fernando e ter uma vida em Passo.

A boa vida de significado literal que tenho, nada tem a ver com quem se preocupa comigo. Embora deveria, já que muito tentam cuidar dela ou para que se torne melhor, ou para que se torne pior, ou por pura desocupação. Caio (verbo, não pessoa) raramente no lugar-comum de dizer que se os conselhos fossem bons, eram vendidos. Gosto: Da vida que levo. Das escolhas que faço. Do tempo que gasto com coisas tão pequenas que talvez nem façam diferença.
Das pessoas as quais me aproximei com o tempo (ainda que não precisasse haver parágrafo, já que gosto delas também), invariavelmente todas meteram suas opiniões nos meus dias e especialmente nas minhas decisões. O que, mais do que incômodo, me conduz à conclusão de que em uma cidade maior isso não ocorreria. São as cidades pequenas que fazem as pessoas se importarem com outras vidas que não as suas. Ainda há de se considerar a hipótese mais provável: De que a intimidade, - essa pantera! - é que faz com que sintam-se todos no direito de deixar suas pegadas no caminho de quem quer andar por rumos não antes percorridos. Nada sutil, nada sublime, nada discreta, confesso: Quero aprender a não opinar na vida de quem não me pede opinião, quero não ter de ir para uma metrópole para que isso aconteça. Quero ouvir mais do que falar. Amigos, inimigos, desconhecidos... Preciso de bons exemplos! Se importem menos com coisas que não lhe dizem respeito.

“Os românticos e sonhadores, esses que imaginam vidas vagamente inglesas, de paixões contidas, silêncios demorados e gestos escassos mas repletos de significados, preferem a estrada do leste.” (CaioF.)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sobre voltar ao blog, sentir saudades e andar de ônibus às quartas.

Herdei um certo quê de cinismo do primeiro quase-amor que perdi. E algumas vezes é ele, o cinismo, quem me motiva a escrever, ou pelo menos ter vontade. Com ele também me tornei muito mais crítica, o que foi uma pena... Porque eu adorava saber ser doce ainda que com a mais ignorante das criaturas. Há saudades guardadas de algumas épocas da minha vida. Guardadas sem nostalgia. Contudo, se detivesse o poder de voltar ao passado mas não de alterá-lo, o faria? Foi o que pensei hoje, olhando o mundo através da minha janela do ônibus. Aquele. De todas as segundas, quartas e sextas... Pensei também que detesto que me invadam. A intimidade faz com que as pessoas fiquem absurdamente irritantes e isso me incomoda a tal ponto que o caso torna-se, no mínimo, indisfarçável. O que lamento é que eu quem dou essa condição às pessoas: Sou efusiva, inteira e falante, o que as sugere que sou fácil de conhecer. Elas estão certas.



O fato é: Nutro um sentimento curioso e não-nominado por quem arranca de mim a discrição ou lança mão da intimidade por mim concedida como quem nada quer.



Será mesmo, Pitty ? Que só trememos por nós mesmos e por aqueles que amamos?